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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Um novo olhar sobre a dislexia

Tratamentos mais aprimorados garantem o controle do transtorno caracterizado pela troca de letras e enorme dificuldade de ler e escrever
GREICE RODRIGUES
LEITURA O garoto Celso lê livros especiais para disléxicos e já melhorou na escola
Eles trocam a letra ‘b’ pelo ‘p’, confundem o som da letra ‘t’ com o do ‘d’, invertem o ‘f’ com o ‘v’ na hora de ler ou escrever. Também sentem dificuldade para fazer cálculos e diferenciar cores, tamanhos e posições. Para muitos pais ou professores esses “erros” podem indicar falta de atenção nas aulas. Mas esses sinais configuram um quadro de dislexia, um transtorno que pode acometer até 17% da população mundial. Apesar das dificuldades, o distúrbio nada tem a ver com inteligência – boa parte dos disléxicos tem um QI acima da média. Na verdade, o que a ciência procura é entender melhor os mecanismos que causam o distúrbio para ajudar inclusive na derrubada de mitos que cercam o tema. Por enquanto, há indícios de alterações genéticas associadas ao transtorno e também de manifestação de um padrão diferente de funcionamento das áreas cerebrais relacionadas à linguagem. “Conhecimentos como esses têm nos auxiliado muito”, afirma o neuropediatra Carlos Nogueira Aucélio, da Universidade de Brasília.
SUPERAÇÃO José é disléxico e se tornou professor
De fato, as informações estão permitindo que os especialistas desenvolvam um novo olhar sobre a dislexia, focado em dados concretos lapidados pela ciência. Eles possibilitam, por exemplo, a identificação do transtorno nos primeiros anos de vida. Em geral, os disléxicos começam a falar e a andar tardiamente. Porém é na pré-escola que os sinais ficam mais evidentes. “Eles têm um vocabulário limitado, trocam as letras e apresentam dificuldade de memorização”, explica a psicopedagoga Maria Ângela Nogueira, da Associação Brasileira de Dislexia. Um bom diagnóstico é feito com a participação de psicólogos, neurologistas e fonoaudiólogos. “Essa abordagem ampla ajuda a localizar eventuais problemas auditivos, visuais ou neurológicos que podem ser a razão da dificuldade na aprendizagem”, esclarece a psicopedagoga.
Apesar dos avanços no conhecimento do transtorno, ainda é preciso vencer a barreira da desinformação, particularmente entre os educadores. “São poucas as escolas preparadas para dar a atenção ao disléxico”, afirma a psicopedagoga Maria Irene Maluf, presidente da Sociedade Brasileira de Psicopedagogia. O Colégio Rio Branco, em São Paulo, é um dos que dispõem de uma equipe capacitada. “Quando identificamos um caso, conversamos com a família e estruturamos um trabalho em conjunto”, explica Rosângela Guedes, supervisora pedagógica da escola. Uma das medidas tomadas no colégio é deixar o aluno mais próximo do professor na sala de aula, dar a ele um tempo maior para executar as tarefas e valorizar os progressos da criança para reforçar sua auto-estima.
Foi por falta de cuidados desse gênero que o professor José Rigone Junior, 26 anos, só descobriu que era disléxico aos 18. Antes, havia repetido quatro vezes de ano. “Tinha domínio do conteúdo, mas não formalizava esse conhecimento”, conta. José prestou vestibular para geografia e ingressou na Universidade de São Paulo. “Recorri a uma lei que me permitiu ser avaliado oralmente”, diz. Hoje ele dá aulas no Colégio Objetivo, em São Paulo. “Vez ou outra cometo deslizes. Os alunos apontam e eu corrijo”, conta. O pequeno Celso Barbosa, dez anos, não precisará sofrer tanto para receber a atenção correta. Assim que perceberam que havia algo de diferente com o filho, os pais do garoto buscaram ajuda. “Ele demorou para dar os primeiros passos. Quando falava trocava as letras”, conta a mãe, Clarice. O diagnóstico foi levado à escola. “Eles adotaram uma abordagem adequada às necessidades dele. Além disso, líamos com ele livros ideais para essas crianças”, lembra. Hoje o menino melhorou a escrita e tira boas notas.
Fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/6356_UM+NOVO+OLHAR+SOBRE+A+DISLEXIA
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